MICROCEFALIA
Causas e tipos
A microcefalia é provocada por uma
insuficiência no desenvolvimento do crânio e do encéfalo, que dá origem a um
crânio de tamanho reduzido e a um cérebro inferior ao normal. Embora possa ser
provocada por várias situações, é possível distinguir dois tipos de
microcefalia.
A microcefalia primária é provocada
por uma anomalia genética. Trata-se de um defeito congénito que, embora seja
muito pouco frequente, é muito grave, pois provoca um escasso desenvolvimento
cerebral, que em alguns casos pode provocar a morte do paciente. Apesar de as
crianças afectadas terem um crânio pequeno, com dimensões semelhantes às do
maxilar inferior, as orelhas e o nariz são proporcionalmente muito grandes.
A microcefalia secundária pode ser
provocada por várias perturbações. Em alguns casos, pode ser originada por um
defeito no desenvolvimento embrionário consequente de várias infecções sofridas
pela mãe ao longo da gravidez (rubéola, toxoplasmose) ou por uma exposição a
radiações ionizantes durante os primeiros meses de gestação. Noutros casos, o
problema é provocado por uma fusão prematura dos ossos do crânio
(craniosinostose), de causa desconhecida, relacionada com outros defeitos
congênitos ou consequente de doenças ósseas como o raquitismo.
As repercussões da microcefalia são distintas,
estando essencialmente dependentes do insuficiente desenvolvimento do cérebro,
não obstante este seja directamente provocado por um defeito no desenvolvimento
embrionário ou consequência da sua impossibilidade em se expandir, co-mo
normalmente ocorre durante a primeira infância.
A microcefalia primária costuma provocar
hipertonia muscular generalizada, paralisia, crises convulsivas e atraso
mental.
As consequências da microcefalia secundária
dependem do tipo e gravidade da malformação. Como as funções cerebrais estão,
na grande maioria dos casos, pouco desenvolvidas, esta situação provoca um
atraso mental profundo. Por vezes, caso apenas seja afectado o desenvolvimento
de um hemisfério cerebral, acaba igualmente por provocar um atraso mental,
apesar de as perturbações motoras serem unilaterais.
Incidência
A microcefalia é uma doença pouco frequente,
pois apenas afecta cerca de 1 em cada 40 000 recém-nascidos.
Fontanelas
Em
condições normais, o crânio, no momento do nascimento, tem um perímetro de
aproximadamente 33 a 36 cm, aumentando de tamanho ao longo dos primeiros anos
de vida, acompanhando o crescimento do encéfalo. Este crescimento é bastante
pronunciado nos primeiros seis meses, entre 7 a 8 cm, até alcançar os 46 a 48
cm no final do primeiro ano. Este aumento de tamanho do crânio apenas é
possível porque os vários ossos que o compõem não estão unidos na altura do
nascimento, algo que apenas acontece posteriormente. Esta situação é evidente,
sobretudo, numa zona da cabeça do bebé denominada fontanelas, que como ainda
não se encontram revestidas pelo osso (como é o caso da fontanela anterior,
situada na parte mais elevada e central do crânio, sendo a última a ser fechada
pouco antes do final do segundo ano de vida) são sensíveis ao tacto. A regular
medição do perímetro craniano e a palpação das fontanelas permitem ao médico
controlar o desenvolvimento do crânio e do encéfalo.
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